Se faltassem outras provas, bastava olhar para o que Carrillo jogou esta noite para perceber como Leonardo Jardim está a fazer milagres em Alvalade.
O peruano foi o melhor em campo, sim, mas foi mais do que isso: foi uma coisa raramente vista em dois anos de Sporting. Partiu para cima dos adversários, como sempre, mas jogou de primeira, assistiu colegas, libertou o jogo no momento certo e até recuperou bolas na área defensiva.
Está no fundo um homem comprometido com a equipa e isso faz toda a diferença. Este Carrillo é titular de caras no Sporting, e provavelmente em qualquer equipa da liga nacional.
Começa-se de resto esta crónica pelo singular porque ele ajuda muito a explicar o que foi o plural.
O Sporting é nesta altura uma equipa empenhada e solícita. Partilha um plano coletivo de jogo e por isso torna-se cada vez mais segura. O Nacional, por exemplo, passou toda a primeira parte sem conseguir rematar uma vez que fosse (pelo menos com um mínimo de perigo) à baliza de Patrício.
A formação leonina, por outro lado, entrou no jogo a marcar. Carrillo trabalhou bem na direita e cruzou para Chaby cabecear: Montero, na estreia a titular, surgiu rápido a desviar para golo.
As três caras novas do onze leonino no ataque demoraram sete minutos a justificar a aposta de Jardim. Todas elas estiveram bem, de resto, e mostraram que são opções fortes.
Mas houve mais: Carrillo, outra vez ele, lançou Chaby para um remate perigoso e pouco depois o mesmo Carrillo cruzou para o mesmo Chaby rematar à meia volta para nova defesa de Gottardi.
O Sporting não foi enfim uma máquina de futebol ofensivo, mas foi uma equipa segura, que trabalhou a posse de bola e o posicionamento. Raramente foi apanhada desprevenida e uma vez por outra conseguiu jogadas de entendimento que arrancaram aplausos.
Já na segunda parte rematou ao poste num tiro em arco de Carrillo e obrigou Gottardi a brilhar novamente em defesa a um pontapé acrobático de Wilson Eduardo.
É certo que na segunda parte perdeu alguma segurança da primeira parte e o Nacional conseguiu por fim rematar. Mas é certo também que o resultado não sofre qualquer tipo de dúvida: no fundo só pode pecar por escasso.
Contas feitas a equipa continua sem perder, em cinco jogos venceu quatro nos noventa minutos e um em penalties. O que é relevante. Mais relevante do que isso, porém, é que se sente que há um trabalho bem feito nesta equipa
Isso sim é importante.
Ficha de jogo:
Estádio: Municipal de Rio Maior
Espectadores: cerca de cinco mil
Árbitro: João Mendes (Santarém)
Assistentes: Jorge Maia e Afonso Silveira
NACIONAL: Gottardi; Bruno Moura (Nuno Campos, 46m), Mexer (Sequeira, 46m), Miguel Rodrigues e Marçal; João Aurélio (Lucas João, 65m), Ghazal (Rafa, 46m) e Jota; Candeias (Diego Barceloos, 65m), Djaniny e Rondon.
Suplentes não utilizados: Rui Silva, Claudemir e Barreto.
SPORTING: Rui Patrício (Marcelo Boeck, 65m); Cedric (Welder, 79m), Eric Dier, Maurício (Rinaudo, 65m) e Evaldo (Jefferson, 65m); William Carvalho (Marcos Rojo, 46m) e Adrien Silva; Carrillo (Capel, 79m), André Martins (Labyad, 89m) e Chaby (Wilson Eduardo, 65m); Montero (Ponde, 79m).
Suplentes não utilizados: Gerson Magrão, Esgaio, João Mário e Cissé.
GOLOS: Fredy Montero (7m).
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