Qualquer semelhança entre o Benfica da última temporada e o que começou hoje no Caldeirão é pura coincidência. Sem sprinters nas faixas, os encarnados abandonaram as correrias desenfriadas e optaram por guardar a bola. Os encarnados foram, de facto, mandões, mas não conseguiram dar o passo em frente e impor velocidade ao seu jogo.
Não estranha, por isso, que o primeiro sinal de perigo tenha surgido na sequência de pontapé de canto, cobrado por Gaitán, mas Garay não teve cabeça por colocar o Benfica na frente do marcador (12m).
Foi o soar do gongo para os momentos mais emocionantes da primeira parte. O Marítimo respondeu através de Artur que mesmo perante a inércia de Bruno Cortez acertou nas malhas laterais (15m).
Neste duelo de parada e resposta a última palavra coube a Nico Gaitán que, já dentro da área insular, permitiu a saída de José a salvar um lance de perigo eminente (16m).
Acabaram aqui os fogachos de emoção junto às áreas. Pelo meio apenas um remate de meia distância de Alex Soares, em estreia na Liga, mas sem ponta de direcção. O Benfica continuava a mandar na bola mas, com o passar dos minutos, foi permitindo transições ao Marítimo. Os pupilos de Pedro Martins agradeceram a passividade e, em cima do intervalo, Sami descobriu Derley que só parou derrubado por Artur dentro da área. O brasileiro assumiu, com classe, a marcação do castigo máximo e assinou o primeiro dos madeirenses na Liga (45m).
Foi um verdadeiro balde de água fria para os encarnados que sofreram um golo praticamente à entrada nos balneários.
Sami traiu anterior equipa
Jorge Jesus leu bem a primeira parte e, à entrada para o segundo tempo, lançou os velocistas Ola John e Rodrigo e deu-se bem com isso. Um erro da defensiva insular deixou a bola nos pés de Lima que, com categoria, serviu o golo de bandeja que Rodrigo só teve que confirmar na igualdade (51m).
Curiosamente, até tinha sido o Marítimo a dar o primeiro sinal na segunda parte com uma cabeçada de Sami ao lado da baliza de Artur (46m). No entanto, em bom rigor, o Benfica recuperou, nas cabines, a vertigem ofensiva e colocou os insulares em apuros. Os verde-rubros foram-se encolhendo e a bola passou a morar, quase em permanência, no meio campo madeirense.
As águias podiam, inclusivamente, ter marcado num lance desenhado por Gaitán e em que José Sá ia sendo traído por um camarada de equipa (56m). A resposta insular demorou 15 minutos e saiu dos pés de Sami que, depois de uma acção individual, rematou rente ao poste da baliza encarnada (61m).
Os minutos foram passando, o Benfica perdeu intensidade e Pedro Martins alterou a estratégia acreditando que seria possível levar mais do que um ponto. Lançou Heldon e o cabo-verdiano abriu uma autoestrada para Sami, à ponta de lança, assinar o segundo dos insulares (78m).
Foi a estucada nas ambições do Benfica e o final de um tradição com 12 anos sem vitórias insulares em jogos no Caldeirão. Desta vez, a festa foi madeirense
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