Iniciativa
foi organizada através do Facebook e visa protestar contra a
possibilidade de encerramento da instituição, por dificuldades
financeiras
Uma
concentração de iniciativa cívica em defesa da Cinemateca
Portuguesa, reivindicando a manutenção do serviço público de
difusão e preservação da arte cinematográfica, foi marcada para
hoje à noite, junto à sede desta entidade, em Lisboa.
Convocada
através da rede social Facebook, a iniciativa é de Rui Mourão,
artista visual e espetador assíduo da Cinemateca Portuguesa, que,
contactado pela agência Lusa, disse ter ficado surpreendido com a
adesão.
"Em
menos de 48 horas houve mais de 1200 pessoas a aderir. Com certeza
que muitas não vão aparecer, mas talvez [possa contar com] umas
duzentas", estima Rui Mourão, sublinhando, no entanto, que,
"independentemente do número de pessoas, é importante fazer
uma ação concreta e estar presente". Ao final da tarde de
quinta-feira as adesões ascendiam a cerca de 1500.
O
artista explicou que a iniciativa "não tem origem em nenhuma
organização coletiva ou instituição, é apenas cívica e
apartidária, dirigida a todos os que amam o cinema".
Rui
Mourão disse que, na sequência da vinda a público de notícias
sobre a situação de dificuldades financeiras na Cinemateca e da
possível rutura dos serviços em setembro, vários amigos ficaram
indignados com a possibilidade do encerramento da instituição.
"Decidi
criar o evento no Facebook, porque pensei que era preciso fazer
alguma coisa". "Estar indignado não basta", disse à
Lusa.
Salientou
que fez a formação cinematográfica ao longo de muitas e muitas
sessões promovidas pela Cinemateca, e tem consciência de que há
filmes que apenas pode ali se podem encontrar.
Rui
Mourão apontou ainda a importância dos serviços educativos e do
Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM), "entidade única
no trabalho de conservação e restauro do património
cinematográfico nacional".
"A
defesa da Cinemateca é uma questão cultural, artística e emotiva.
Bem sei que a saúde e a educação são mais importantes, mas a
cultura não pode ser esquecida", sustentou.
A
concentração foi marcada no Facebook, para as 19:00 de sexta-feira,
junto à Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, na rua Barata
Salgueiro, em Lisboa.
No
início desta semana, o realizador José Carlos de Oliveira lançou
uma petição em defesa da entidade, apelando a que a Assembleia da
República debata a sobrevivência do organismo e encontre um quadro
legal para assegurar o seu financiamento sustentado.
Contactada
hoje pela agência Lusa, fonte do gabinete do secretário de Estado
da Cultura, Jorge Barreto Xavier, reiterou que "a Cinemateca
Portuguesa -- Museu do Cinema e o ANIM não vão fechar".
"Independentemente de quaisquer circunstâncias, as medidas para
garantir o funcionamento da Cinemateca estão a ser asseguradas",
disse a mesma fonte.
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