sexta-feira, 23 de agosto de 2013

"Não podemos sacrificar bombeiros por meia dúzia de pinheiros ou eucaliptos"

A Associação de Bombeiros Profissionais diz que a estratégia de combate aos incêndios está errada. Fernando Curto alega que não há falta de meios no terreno, mas falta de coordenação que põe em risco a vida dos bombeiros.

“Nós não podemos sacrificar bombeiros por meia dúzia de pinheiros ou eucaliptos, que são do Estado ou de privados que não tomam contam deles. Depois pomos os bombeiros a extinguir estes incêndios correndo risco de vida… deixem arder”, disse à Renascença.

“É preciso repensar urgentemente a estratégia de comando. Os incêndios estão a ocorrer, segundo as imagens da televisão, em locais íngremes e de difícil acesso. Como é que um bombeiro pode, num curto espaço de tempo, fugir ou salvaguardar-se se de facto houver mudança de vento ou uma situação anormal de temperatura”, questiona Fernando Curto. 

Defende ainda ser necessário “apostar ainda mais numa profissionalização organizada” - na formação do comandante, das chefias e dos próprios bombeiros.

Culpas do Ministério da Agricultura Já para o presidente da Escola Nacional de Bombeiros a culpa da grande quantidade de fogos que lavram em Portugal é do Ministério da Agricultura. 

José Ferreira fala da ausência de uma “política florestal e do abandono da floresta portuguesa”, lembrando que os anos passam e o problema persiste. 

Estas acusações surgem um dia depois de uma jovem operacional ter morrido no combate a um incêndio na Serra do Caramulo. É a terceira vítima mortal no último mês. Neste caso, uma mulher que pertencia à corporação de bombeiros de Alcabideche. 

Há um quarto internado em estado grave na unidade de queimados Hospital de São João, no Porto, com "prognóstico muito reservado", disse à Lusa fonte hospitalar.

Só na quinta-feira, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) registou 235 incêndios, que foram combatidos por 4.047 operacionais, com o auxílio de 1.085 veículos. 

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