Os portugueses estão entre os europeus que mais horas trabalham, mas onde existe grande desigualdade salarial.
Comparado com o nível médio dos salários praticados na União Europeia, o português é baixo. Ainda por cima, a desigualdade é grande e agravou-se desde o início do século XXI, apesar do aumento do salário mínimo. Em 2009, os 20% dos trabalhadores mais bem pagos ganhavam cinco vezes mais do que os 20% com vencimentos mais baixos.
Salários baixos e horários mais elevados, apesar da redução legal do máximo de 44 para as 40 horas semanais nos anos 90. A duração média ultrapassa pouco as 35 mas quando se vê o tempo efectivo, Portugal aparece no grupo dos 14 países com horários mais longos.
Há mais contratos a prazo que no resto da Europa e atingem metade dos jovens. Há muito trabalho por conta própria, sobretudo falsos independentes. As mulheres estão em força no mercado de trabalho, mas ao contrário da corrente europeia predominante, trabalham pouco em part-time. Porque os salários ainda seriam mais insignificantes.
O rendimento das famílias cresceu depois da entrada na CEE mas nem sempre ao mesmo ritmo: rápido nos primeiros seis anos, desacelerou depois e tem vindo a cair na última década.
Portugal teve sempre níveis de pobreza superiores à média dos 27, reduzidos nos anos 90 com a introdução do rendimento mínimo e mais tarde, do complemento solidário para idosos. Sem as transferências sociais, 40% da população estaria em risco de pobreza; com elas, fica pela metade.
Este é mais um dos indicadores tratados no estudo "25 anos de Portugal Europeu", coordenador por Augusto Mateus, e que vai ser uma das bases para o debate no 2º Encontro Presente no Futuro, organizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, nos dias 13 e 14 de Setembro, em Lisboa.
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