O acesso ao miradouro por elevador abriu esta sexta-feira, após sete meses de intervenções que adaptaram e limparam o Arco e também a recuperação da estátua de D. José I, no centro do Terreiro do Paço.
"Se é um sonho que qualquer um de nós tinha era o de um dia podermos chegar cá acima e alcançar daqui aquilo que a vista alcança sobre a baixa da cidade, sobre o Castelo, sobre o estuário do Tejo. É de facto uma vista lindíssima", disse o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), António Costa, salientando que este é "mais um fator de revitalização da Baixa".
O presidente da câmara - que se recandidata ao cargo - destacou que esta obra "culmina um trabalho que está a ser desenvolvido desde há seis anos" e que "começou com a construção do intercetor, com a alteração do trânsito e todo o arranjo público na praça do Terreiro do Paço, a consolidação do torreão poente, o pátio da Galé (...)".
"É um percurso que temos vindo a fazer, e que está a ter continuidade, para poente através da intervenção na Ribeira das Naus e que para nascente vai ter continuação no Campo das Cebolas e depois com o Terminal de Cruzeiros até Santa Apolónia", destacou.
A Associação de Turismo de Lisboa concretizou o projeto de 950 mil euros, que espera recuperar "pelas receitas que o próprio monumento irá gerar nos próximos anos".
A subida ao Arco é possível diariamente entre as 9 horas e as 19 horas, custa 2,5 euros e é gratuita para crianças até aos cinco anos.
"Esta opção por um preço baixo, apesar da oneração da carga fiscal, tem o objetivo claro de facilitar o usufruto desta nova atração pelos residentes de Lisboa e por todos os portugueses num contexto de baixo poder de compra como aquele que atravessamos neste momento, em vez de reservar este usufruto apenas para os turistas. É esta a nossa visão para o turismo, não queremos uma sociedade para os turistas e outra para os residentes", afirmou Mário machado, da ATL.
As visitas dependem das condicionantes do próprio monumento, que limitam a 35 o número de pessoas que podem subir ao mesmo tempo e impedem o acesso a pessoas com mobilidade reduzida.
Para celebrar a abertura do Arco, é realizado até 18 de agosto, o espetáculo multimédia "Arco de Luz", projetado no próprio arco, com sessões às 21.30 horas, 22.30 horas e 23.30 horas, da autoria de Nuno Maya e Carole Purnelle.
O Arco começou a edificar-se após o terramoto de 1755, numa versão que nunca chegou a ser concluída.
A versão final, do arquiteto Veríssimo José da Costa, começou ser construída em 1873 e foi concluída em 1875.
A Câmara Municipal de Lisboa e o Estado assinaram um memorando de entendimento a 20 de julho de 2012 para a intervenção de conservação e restauro do Arco.
O Arco da Rua Augusta e as áreas afetas ao elevador foram cedidos pelo estado à CML pelo prazo de 50 anos.
De acordo com uma nota do secretário de Estado da Cultura, "os encargos decorrentes do plano de conservação e restauro e da criação de acessibilidades, no valor de aproximadamente um milhão de euros, serão suportados pela exploração em percentagem de 30% para a Direção-Geral do Património Cultural e 70% para a Câmara Municipal de Lisboa", tendo o Estado, através da Direção-Geral do Património Cultural, contribuído "também para o esforço financeiro das obras necessárias à abertura ao público do Arco da Rua Augusta".
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