sexta-feira, 21 de junho de 2013

VICE DA CÂMARA DE PORTIMÃO ENGOLE PAPEL DURANTE BUSCAS

O vice-presidente da Câmara de Portimão, Luís Carito, terá tirado um papel das mãos de um inspetor da Polícia Judiciária durante as buscas domiciliárias e engoliu-o, escreve o Correio da Manhã, na sua edição desta sexta-feira.



A situação aconteceu na quarta-feira de manhã, na casa de Luís Carito, quando a validade desse documento em termos de prova estaria a ser analisada pela equipa da PJ. O vice-presidente da Câmara de Portimão, Luís Carito, o vereador Jorge Campos e outras três pessoas foram detidos por suspeitas de corrupção, administração danosa, branqueamento e participação económica em negócio .

Os crimes em causa estão relacionados com a atividade e gestão da empresa municipal Portimão Urbis com outras empresas, nomeadamente, a empresa de formação profissional da companheira do vice-presidente que tinha como objectivo formar funcionários, o que nunca veio a acontecer. A formação seria para o projeto Pictures Portugal de iniciativa privada e que pretendia a criação da Cidade do Cinema em Portimão, negócio que está a agora a ser investigado. 


Os dois autarcas, eleitos pelo Partido Socialista, Luís Carito e Jorge Campos, faziam parte, à data dos alegados factos (2011), do conselho de administração da empresa municipal Portimão Urbis. Segundo fonte policial, além do vice-presidente e do vereador, foram também detidos Lélio Branca, administrador da Portimão Urbis e dois empresários: Artur Curado, diretor da Algarve Film Comission, e Luís Marreiros, diretor da Pictures Portugal. 

O caso teve origem em denúncias anónimas em 2011 que davam conta de que o megaprojeto Cidade do Cinema, onde seriam investidos mais de três mil milhões de euros, na realidade nunca tinha saído do papel. A Câmara de Portimão, a mais endividada do país, já terá investido mais de 700 mil euros em estudos e consultoria. As denúncias dão ainda conta de viagens efetuadas a Los Angeles para reunir com atores e reuniões na Índia durante a visita que Paulo Portas fez ao país para conquistar investimento. 

Os cinco detidos estão a ser ouvidos pelo juiz Carlos Alexandre no Campus de Justiça, em Lisboa, uma vez que o processo é liderado pelo Departamento Central de Investigação Ação Penal (DCIAP).


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