Verdadeiro exemplo de longevidade e prazer de condução, o Mazda MX-5 está a comemorar 20 anos de existência. Para assinalar tão importante efeméride, a marca nipónica lançou uma edição especial do popular roadster, limitada (a 2000 unidades), a pensar nos adeptos das sensações de condução.
A viver a sua terceira geração, depois de ter visto a luz do dia, pela primeira vez, no Salão Automóvel de Chicago de 1989, o Mazda MX-5 é o que se pode designar de um caso cada vez mais raro na indústria automóvel – está em comercialização ininterrupta há mais de duas décadas, mantendo a filosofia que deu origem ao modelo original (ainda mais raro hoje em dia).
Em relação às versões ditas normais, esta edição especial distingue-se por pormenores como a grelha, puxadores das portas e contorno dos faróis em cromado, faróis de nevoeiro de moldura prateada, jantes em liga leve de 17 polegadas específicas
Não falta a placa comemorativa com o número de série desta edição e dos pequenos logótipos 20th Anniversary juntos aos «piscas» laterais. As cores são três cores: Vermelho True, Branco Crystal Pearl e, específica para esta série especial, o Azul Aurora.
No entanto foi o branco «Crystal Pearl» a cor escolhida para a unidade testada e, em nossa opinião, a que melhor fica, não só por ser a cor da moda, mas também porque consegue realçar os detalhes deste MX-5 20th Anniversary, disponível apenas com capota de lona (de apenas uma camada) e em cor preta, ainda e sempre de accionamento totalmente manual (simples, fácil…e básico!).
Apesar de uma nova geração estar a caminho, as linhas da actual geração do MX-5 continuam a não deixar ninguém indiferente, como se confirma durante os dias em que tivemos oportunidade de conviver com as suas qualidades e feitios… A começar pelo interior, onde é evidente a preocupação em termos de funcionalidade (possui, por exemplo, vários espaços de arrumação fechados, além de uma pequena prateleira na consola central), assim como com um equipamento de série suficientemente generoso (um verdadeiro computador de bordo continua a ser apenas uma miragem).
Este pequeno roadster nipónico continua, no entanto, a jogar a grande maioria dos seus trunfos na procura da satisfação do condutor, com o resultado final a ser um relacionamento muito particular e «apaixonado» entre «Homem e Máquina»....
A começar, pela óptima posição de condução, extremamente baixa e capaz de proporcionar ao condutor uma excelente interacção com o automóvel, e que só não é mesmo perfeita devido à direcção, com um volante de aro um pouco fino e regulável apenas altura. Pormenores como a visibilidade traseira praticamente inexistente, a colocação do travão de mão no túnel central mas do lado do «pendura», ou os comandos dos vidros laterais podem ser considerados feitio deste roadster. Para outros será defeito…
Todos estes «feitios» passam para o esquecimento a partir do momento em que nos sentamos ao volante desta edição aniversariante e, não sem alguma adrenalina à mistura, rodamos o manípulo da ignição (sim, é um roadster purista mas possui sistema de chave inteligente!...), para começar a ouvir o som rouco do quatro cilindros a gasolina, de 1,8 litros e 126 cv de potência…
126cv? Não parece muito para um 1.8, além de existir um 2.0 de 160cv muito mais potente e atraente, mas esta edição aniversário procura ser o mais fiel possível ao original, que contava apenas com motores 1.6 de 90 e 110cv, e 1.8 de 130cv. E depois há a questão da fiscalidade, em particular em países como o nosso, em que o 2 litros passa para um universo inacessível, que não é propriamente a filosofia que deu origem ao MX-5.
Ainda assim, este motor 1.8 de 126cv às 6500 rpm e um binário máximo de 167 Nm às 4500 rpm, permite ao roadster nipónico uma velocidade máxima anunciada de 198 km/h e uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 8,9 segundos. As recuperações são mais modestas a pedir uma utilização mais frequente da caixa manual de cinco velocidades (excelente, sem dúvida, em particular no feelling, rapidez e sequenciação que evidencia!), exigindo algum trabalho da parte do condutor para conseguir juntar à aceleração linear, sonoridade desafiante e consumos agradáveis, um pouco mais de adrenalina.
Apontado o ponteiro do conta-rotações para zonas mais próximas do «red-line», este roadster consegue, ainda assim, responder com um comportamento divertido e apelar à condução pura, lembrando-nos de como um automóvel (ainda) consegue ser fonte de diversão. E se é verdade que os 126cv mostram estar sempre um degrau abaixo das capacidades do conjunto, não chegando aos «calcanhares» do 2.0, a verdade é que, quando se abusa um pouco mais, o MX-5 não deixa de invariavelmente de reagir de forma brusca, levando à entrada em acção dos controlos de estabilidade e tracção (desligável), como forma de evitar quaisquer desfechos mais tristes.
Em conclusão, seja de cabelos ao vento (e ao frio) ou protegidos pela tradicional capota em lona, o Mazda MX-5 é um verdadeiro ícone da indústria automóvel e esta edição especial promete ser um objecto de colecção muito procurado no futuro. Por último, refira-se que esta edição especial está disponível no mercado português por um preço de 29.800 euros, apenas 600 euros mais que a versão base.
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