O Benfica reiterou frente ao Sion a verdade que muita gente já tinha como segura: é nesta fase uma equipa que joga mais do que os resultados alegam.
No terceiro jogo da pré-época, depois de uma goleada e de um empate incómodo, a equipa de Jorge Jesus dominou claramente o jogo durante setenta minutos, fez três golos e ameaçou construir uma nova goleada.
O que teria sido curioso: o treinador apresentou precisamente o mesmo onze que apresentara na goleada ao Étoile Carouge.
Outro resultado robusto seria curioso, portanto. Mas apenas isso.
Até porque os melhores momentos do Benfica não tiveram nada a ver com o onze inicial: surgiram na segunda parte e detonados pelo talento de dois suplentes.
Markovic e Sulejmani.
O primeiro bisou, num golo de belo efeito e num golaço de levantar o estádio, o segundo trouxe velocidade, técnica e imprevisibilidade ao futebol encarnado. Foram enfim dois quebra-cabeças.
Apoiado no futebol destes dois sérvios, o Benfica dominou claramente o futebol e manteve o Sion longe da baliza que então já era defendida por Paulo Lopes. Fez dois golos e podia ter feito mais dois ou três.
Depois vieram os vinte minutos finais e ninguém conseguiu desprezar a fatalidade em que os descontos se tornaram para o Benfica.
Nessa altura o Sion fez dois golos, tornou o resultado injusto (porque demasiado escasso para o Benfica) e retirou brilho a este teste encarnado.
Tudo começou num golo de livre do português Max Veloso, continuou num golo de cabeça do português André Marques (após um cruzamento do mesmo Max Veloso) e teve o momento mais nervoso nos descontos quando outra vez Max Veloso atirou de livre por cima da barra.
Um empate seria porém um castigo demasiado parado para a angústia que continuam a ser as bolas paradas.
Este Benfica de Jorge Jesus continua a deixar-se ultrapassar nas bolas altas colocadas na área, fá-lo sobretudo através dos laterais, é verdade, mas nem isso justificava outro resultado neste jogo com o Sion.
Sobretudo, lá está, pelo que a equipa fez na segunda parte. Até porque no primeiro tempo, e apesar de ter mais bola, os encarnados tiveram pouca capacidade de entrar na área.
Quando o fizeram, foi sempre da mesma maneira: em iniciativas de Salvio e Gaitán, os melhores do primeiro tempo. Djuricic, esse, pareceu ainda algo perdido. Lutou, é certo, tentou, procurou a bola, mas nada lhe saiu bem. Pelo meio ainda falhou uma boa oportunidade.
No fundo fica a certeza que o Benfica tem reforços para se tornar melhor equipa do que na época passada. Precisa porém de tremer menos na defesa.
Nada de novo, portanto.
Ficha de jogo:
Estádio Copet, em Vevey
Assistência: 3984 espetadores
Árbitro: Nicolas Jancevski
SION: Deana (Debonnaire, 46m) ; Rüfli (Ferati, 46m), Vanczak, Lacroix (Emiliano, 46m) e Pa Modou (André Marques, 46m); Basha (Ovidiu Herea, 46m) e Mveng (Birama, 46m); Regazzoni, Christofi (Max Veloso, 46m) e Yartey (Karlen, 46m); Ndjeng (Itaperuna, 46m).
BENFICA: Artur (Paulo Lopes, 46m); André Almeida, Luisão (Mitrovic, 70m), Lisandro (Steven Vitória, 53m) e Bruno Cortez (Sílvio, 46m); Salvio (Urreta, 70m), Enzo Pérez (André Gomes, 46m), Matic (Ruben Amorim, 53m) e Gaitán (Sulejmani, 53m); Djuricic (Markovic, 46m) e Lima (Yannick, 76m).
GOLOS: Lima (44m), Markovic (61 e 69m), Max Veloso (72m) e André Marques (82m).
Disciplina: Cartão amarelo para Emiliano (76m) e para Sílvio (87m).
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