A ministra italiana da Integração, Cécile Kyenge, de origem congolesa, foi ontem atingida por duas bananas lançadas por militantes do movimento Força Nova, da extrema direita.
Depois de ter sido comparada com um oragotango pelo vice-presidente do Senado, Roberto Calderoli, Cécile Kyenge voltou a ser vítima de um ato de intolerância.
De acordo com a imprensa italiana, tudo aconteceu durante uma festa do Partido Democrata, do primeiro-ministro Enrico Letta, na cidade de Cervia, no nordeste do país.
Militantes do movimento Força Nova, de extrema direita, lançaram duas bananas em direção ao palco onde a ministra discursava, embora sem a atingir diretamente.
Desvalorizando o ato, Cécile Kyenge usou o Twitter para comentar: «Com tantas pessoas a morrer de fome por causa da crise é triste desperdiçar comida assim».
O aumento de atos contra a primeira ministra negra de Itália já levou a polícia a reforçar a segurança.
Na quinta-feira, no mesmo local da festa do Partido Democrata, militantes da Força Nova colocaram três bonecos sujos com tinta, que simulava ser sangue, ao lado de panfletos contra o plano do governo italiano para conceder nacionalidade aos filhos de imigrantes nascidos na Itália.
Antes disso, Alessandro Loi, padre na paróquia de Lotzorai, na Sardenha, escreveu no Facebook: «Será mesmo necessário um ministro de cor? Com todo o respeito pela senhora». E palavras como «zulu», «negra anti-italiana» ou «macaca congolesa» têm surgido em sites e blogues em Itália.
Cláudia Arsénio/Reuters
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