Uma entrada em bom ritmo, dois golos de rajada e um teste à organização de um Benfica que jogou muito tempo com 10, numa vitória por 2-1 sobre o Nice. A equipa de Jorge Jesus deu mais um passo na preparação de 2013/14, voltou a sofrer golos, mas não deixou de causar perigo mesmo quando tinha menos um. Por saber ainda as consequências da saída de Salvio, após entrada perigosíssima de Kolodziejczak.
Apontamentos positivos e negativos, como é natural nas pré-temporadas, mas com o Benfica a mostrar desde início que estava em campo para mandar no jogo. Com um onze muito próximo do que Jesus utilizou na época passada, couberam Sílvio, Cortez e Markovic nas ideias do treinador. Os restantes já eram caras velhas, por assim dizer.
Com Enzo Pérez e Matic o futebo encarnado ganha outra dimensão, se se comparar com os dois médios utilizados na véspera. O sérvio cobre relva como ninguém e Enzo Pérez dá uma verticalidade ao miolo que mais nenhum jogador do meio consegue, numa combinação de drible e rapidez, o que permite transportar a bola até à frente.
Foi mesmo um passe do argentino que deu ocasião a Markovic de marcar. O 50 ganhou o duelo a Pejcinovic e bateu Veronese com um remate inteligente, rasteiro. A cada jogo, Markovic dá muitos sinais de qualidade, pela velocidade que tem e pela habilidade também. Se olharmos à versão anterior do Benfica, falta Cardozo. Markovic é tudo aquilo que o Tacuara não é. Ou seja, perto de Lima, trará coisas bem diferentes à linha da frente, até porque apresenta um entendimento muito bom com Salvio e Gaitán.
O argentino da camisola 18 é outra das figuras do encontro. O peito está cheio de confiança e, por isso, Toto Salvio arranca pela direita e vai à linha como quase ninguém o faz. Gaitán também tem qualidade para isso, mas o cruzamento sai mais longo mais vezes: aí talvez se note falta daquele da camisola 7.
O Benfica tinha marcado aos 12 minutos e voltou a fazê-lo aos 14. como? Salvio foi à linha de fundo, cruzou e Veronese deixou a bola passar para Lima encostar. Três golos em dois dias para o brasileiro que se registe.
Só que, de repente, uma bola nas costas da defesa deixou Artur na dúvida, Bruls entrou na área com Garay nas costas, fintou o guarda-redes (talvez tenha demorado a sair) e o guardião cometeu penalty. Artur perdeu o lance e perdeu o trono, porque foi expulso e teve de entrar Paulo Lopes. Markovic foi o sacrificado.
Daí até ao fim, quatro apontamentos. Eysseric desperdiçou grande ocasião aos 53 minutos, Sulejmani também aos 59. Com menos uma unidade, o Benfica mostrou capacidade organizativa, só daquela vez foi apanhada em falso e com Salvio a sair para o ataque deixava os franceses em sentido. Mas uma falta muito feia de Kolodziejczak sobre o argentino retirou-o do jogo. As substituições não mudaram o cariz do jogo, com o Benfica a mostrar-se bem a defender e a sacrificar-se depois de meia hora em que, com onze, dominou por completo o adversário.
FICHA DE JOGO
Estádio: do Algarve
Árbitro: Bruno Esteves
BENFICA: Artur; Sílvio (Maxi, 61), Luisão, Garay e Bruno Cortez; Salvio (Ola John, 72), Matic (André Gomes, 85), Enzo Pérez (Rúben Amorim, 61) e Gaitán (Sulejmani, 46); Markovic (Paulo Lopes, 32) e Lima (Rodrigo, 61).
NICE: Veronese; Palun, Pejcinovic, Kolodziejczak e Amavi (Bauthéac, 46); Traoré (Dada, 62) e Digard; Pied (Constant, 62), Bruins (Astier, 73) e Brüls (Mendy, 45); Eysseric (Bahoken, 82).
Ao intervalo: 2-1
Marcadores: Markovic, 12; Lima, 14; Eysseric, 33 g.p.
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