terça-feira, 5 de novembro de 2013

ONG holandesa «cria» menina virtual e identifica mil predadores sexuais

Contando com a ajuda de uma menina filipina de 10 anos criada digitalmente, activistas holandeses defensores dos direitos das crianças transformaram predadores sexuais em presas. Numa operação online a partir do gabinete do grupo num parque industrial de Amesterdão, activistas da Terre des Hommes (Terra dos Homens, em tradução livre) procuraram avaliar a dimensão de um fenómeno na Internet que o grupo chama de «turismo sexual infantil pela webcam».

O resultado foi chocante, segundo o director de projectos do grupo, Has Guyt. A Terre des Hommes usou a menina criada em computador - apelidada de Sweetie - para desmascarar mil utilizadores da Internet que, segundo eles, disseram que queriam pagar para ver a criança em actos sexuais diante da câmara.
«Se não intervirmos em breve, esse sinistro fenómeno ficará totalmente fora de controlo», disse Guyt diante de uma parede coberta de fotos dos adultos enganados por Sweetie.

O responsável afirmou que fazer sexo virtual com menores - que normalmente envolve homens de países desenvolvidos do Ocidente que pagam para ver crianças de países pobres em actos sexuais - ainda é uma «indústria caseira» e precisa de ser erradicada imediatamente.
«Ainda não é tarde demais», disse Guyt. «O nosso pior cenário é que aconteça com isso a mesma coisa que aconteceu com a pornografia infantil - que hoje é uma indústria multibilionária nas mãos de grupos criminosos.»
A Terre des Hommes publicou um documentário sobre a sua investigação de 10 semanas no YouTube e deu início a uma petição para pressionar a polícia e políticos a fazer mais para suspender essas actividades ilegais.
A abordagem da Terre des Hommes envolveu o uso de Sweetie como um disfarce online para um grupo de pesquisadores que começou a conversar com potenciais clientes na Internet. «Recebemos uma enxurrada de homens à procura de contacto e à procura de actos sexuais», segundo a organização.
O principal país de origem dos adultos identificados foi os Estados Unidos, com 254, seguido do Reino Unido, com 110 e a Índia com 103.

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