Um homem oriundo de um país do leste europeu que esteve barricado durante cerca de sete horas dentro de um restaurante no Pinhal Novo (Palmela, Setúbal) matou um militar da GNR e feriu seis pessoas, acabando por ser morto durante numa operação tático-policial desencadeada durante a madrugada deste domingo.
Segundo informou o porta-voz da GNR no local, tenente-coronel Jorge Goulão, a operação foi lançada às 05h17, depois de o sequestrador ter feito explodir alguns engenhos explosivos, matando um cão das brigadas cinotécnicas e ferindo outro.
O militar da GNR, que foi a única vítima mortal deste incidente, além do sequestrador, terá sido baleado cerca das 22h00 de sábado, quando o indivíduo iniciou o sequestro, depois de ter entrado normalmente no restaurante "O Refúgio", onde terá feito algum consumo. Só depois terá exigido dinheiro e tentado fazer alguns reféns.
De acordo com o tenente-coronel Jorge Goulão, o sequestrador terá recusado entregar-se às autoridades ao longo de mais de seis horas de negociações, pelo que foi necessário avançar com a intervenção tático-policial, durante a qual acabou por ser abatido.
Entre os seis feridos resultantes deste incidente, quatro são militares da GNR, dos quais apenas um permanece internado no hospital de São Bernardo, em Setúbal, sendo que os restantes três já receberam alta. Os restantes dois feridos são civis, que terão sofrido apenas ferimentos ligeiros.
FORÇAS POLICIAIS ALERTADAS
As forças policiais foram chamadas ao restaurante 'O Refúgio' depois do alerta dado pelos clientes do estabelecimento. Segundo o tenente-coronel Ribeiro Goulão, o cidadão estrangeiro terá entrado no estabelecimento, situado na rua Eça de Queiroz, por volta das 22h00, "visivelmente transtornado", o que terá levado algumas pessoas a contactar o 112.
A primeira patrulha a chegar ao local para averiguar o que se passava entrou em tiroteio com o homem, que baleou um dos agentes, que acabou por morrer. Na sequência da confusão, as pessoas fugiram do restaurante. O imigrante terá depois ameaçado fazer explodir um engenho explosivo, o que aconteceu, cerca das 23h00, provocando feridos.
Nas horas seguintes, foi reforçado o efetivo da GNR e criado um perímetro de segurança à volta do restaurante. No local juntaram-se ainda várias ambulâncias, veículos do INEM e dos bombeiros das corporações locais (Pinhal Novo, Moita, Montijo e Setúbal), além das várias dezenas de pessoas que tentavam perceber o que se passava. Recorde-se que o restaurante fica num bairro residencial.
Com o militar da GNR baleado ainda no interior do estabelecimento, as forças de segurança mantiveram o cerco ao sequestrador. A rua do restaurante foi cortada ao trânsito e algumas habitações próximas chegaram mesmo a ser evacuadas como medida de precaução.
TENTATIVA DE NEGOCIAÇÕES
Por volta da 01h00, o tenente coronel Ribeiro Goulão confirmava aos meios de comunicação, que um dos militares da GNR feridos permanecia dentro do estabelecimento. Na altura, ainda não se conhecia a gravidade dos ferimentos sofridos por este militar, que acabou por morrer.
Por volta das 02h30, os negociadores da GNR mantinham-se em contacto com o indivíduo, que recusou sempre negociar dizendo que iria morrer no local. Durante cerca de seis horas, os negociadores mantiveram-se em contacto telefónico com o sequestrador na tentativa de negociar a sua rendição, o que nunca foi possível.
Finalmente às 05h17, foram ouvidas duas explosões seguidas de tiros. Tinha sido lançada a operação tático-policial que resultou na morte do sequestrador.
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