Quando não há equipa, há sempre Cardozo. O paraguaio voltou a ser preponderante esta sexta-feira, em Coimbra, e logo quando o jogo parecia estar emperrado. Sem ideias, o Benfica passeava-se em campo sem entusiasmar, dando até azo a que a Académica começasse a ameaçar, quando o Tacuara tirou um golo e meio da cartola.
Primeiro num remate cruzado, de fora da área, quando nem se tinha visto até então, e, logo depois, atrapalhando os defesas da Briosa ao ponto de «obrigar» Marcelo Goiano a marcar na própria baliza.
Até então, o jogo não tinha sido mais do que o desfiar de um rol de equívocos, erros de posicionamento, e muita desinspiração no último terço do terreno. Pouco Gaitán, ainda menos Cavaleiro, que repetiu a titularidade, sem Lima e, tal como se disse, também sem o Cardozo até àquele momento de classe.
A Académica fazia pela vida, procurava manter-se organizada, explorar as fragilidades de Cortez, o eleito para render Siqueira, mas o pior ataque da Liga também não conseguia fazer mossa. A partir do momento em que o jogo virou, os encarnados escancararam as portas da vitória.
O momento é de exigência máxima, como lembrou Jorge Jesus, o decisivo encontro para a Liga dos Campeões, em Atenas, está ao virar da esquina, e, a seguir, ainda há o Sporting para a Taça de Portugal. Se a exibição é sempre um dado subjetivo, salve-se o resultado. Foi o que aconteceu.
Desatado o nó relativamente cedo, pese a falta de lustro, era natural que a equipa entrasse em postura de gestão para a segunda parte. Os primeiros instantes foram mesmo de ficar a ver jogar a Briosa, famosa esta época justamente pela melhoria a pique na etapa complementar.
Ficou apenas o aviso, porque esta equipa de Sérgio Conceição tem mesmo uma relação estranha com o golo. Avarenta, dir-se-ia. Só marcou por quatro vezes e cada tento rendeu pontos. Esta sexta-feira não seria o caso, portanto, não marcou. Ainda dizem que já não se consegue poupar.
O Benfica manteve as operações sob controlo, ainda ampliou a vantagem por Markovic, num jogo sempre em lume-brando, porém com o teste superado, num terreno onde, sublinhe-se, perdeu pontos nas últimas duas épocas. A primeira das quais de má memória, pois o empate em Coimbra significou o início do adeus à vantagem sobre o FC Porto que haveria de ganhar o campeonato.
Os encarnados estão agora isolados no segundo lugar e encurtaram para dois pontos a diferença para os tricampeões nacionais, tudo ainda de forma provisória, à espera daquilo que os rivais irão fazer durante o fim-de-semana.
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