O maquinista, acusado de homicídio involuntário de 79 pessoas, está obrigado a apresentar-se todas as semanas no tribunal e ficou ainda privado do passaporte.
O maquinista do comboio que descarrilou na quarta-feira em Santiago de Compostela, Francisco Garzón, saiu em liberdade depois de ter sido ouvido pelo juiz Luis Aláez, durante mais de uma hora.
De acordo com a imprensa espanhola, Francisco Garzón saiu em liberdade, acusado de homicídio involuntário de 79 pessoas, e está agora obrigado a apresentar-se todas as semanas junto do tribunal, enquanto aguarda julgamento. Foi-lhe também retirado o passaporte e está proibido de conduzir comboios.
O maquinista de 52 anos, que se fez acompanhar pelo seu advogado, chegou ao tribunal às 18h19 de Madrid (17h19 de Lisboa) para prestar declarações sobre o acidente, tendo sido transportado pela polícia desde a esquadra onde se encontra detido após ter recebido alta hospitalar.
A viatura que transportou o maquinista foi escoltada por uma carrinha policial e um outro veículo descaracterizado da polícia espanhola, tendo entrado nas instalações do tribunal pela garagem, cuja porta estava guardada por três carrinhas e uma dezena de agentes de autoridade.
O maquinista recebeu no sábado alta hospitalar de um hospital de Santiago de Compostela, na Galiza, onde deu entrada com um traumatismo torácico na noite da tragédia.
Depois de sair do hospital, foi transportado pelas autoridades para uma esquadra da polícia, de onde saiu hoje para o tribunal.
A investigação ao acidente com o comboio está a ser liderada pelo juiz Luis Aláez, que vai dedicar-se a este caso em exclusivo.
No tribunal estiveram também presentes os advogados da empresa de caminhos-de-ferro espanhola, REFE, que entretanto se declarou parte lesada. Os advogados fizeram-se acompanhar de gravações das conversas tidas pelo maquinista momentos antes e logo após o descarrilamento do comboio, adiantou a imprensa espanhola. Nestas conversas, algumas das quais já são de conhecimento público, o maquinista admitiu que ia em excesso de velocidade.
Segunda-feira, ao final do dia, terão lugar as cerimónias fúnebres das vítimas do acidente. Na Catedral de Santiago a e na Praça do Obradoiro, localizada mesmo em frente à catedral, são visíveis amontoados de flores, velas e mensagens anónimas de conforto e apoio aos habitantes de Compostela e familiares das vítimas.
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