O Ruanda assinala esta segunda-feira, sob o lema "Lembrança, unidade, renascimento", o dia em que começou o massacre que matou 800 mil pessoas, sobretudo de etnia tutsi.
Nas cerimónias, o Presidente Paul Kagame vai acender uma chama no memorial nacional de Gisozi, em Kigali, dando início a 100 dias de luto nacional, tantos quantos durou o genocídio.
Mas a data fica marcada por uma querela diplomática. A ministra da Justiça francesa anulou a sua deslocação ao país, depois do Presidente do Ruanda ter acusado a França e a Bélgica, antigas potências coloniais, de terem tido um papel directo na preparação do genocídio.
Paris, aliado do Governo nacionalista hutu anterior aos acontecimentos de 1994, tem negado repetidas vezes ter sido cúmplice nos acontecimentos.
Tudo começou com um míssil disparado contra o avião que transportava os presidentes do Ruanda e do Burundi. Seguiram-se três meses de uma violência sem precedentes que matou 800 mil pessoas, na sua grande maioria de etnia tutsi, provocando também milhões de refugiados.
No domingo, o Papa Francisco evocou no Vaticano o 20º aniversário do início do genocídio no Ruanda, apelando à paz no país africano, durante a oração do ângelus. “Vai decorrer amanhã [7 de Abril] no Ruanda a comemoração do 20.º aniversário do começo do genocídio perpetrado contra os tutsi em 1994. Nestas circunstâncias, desejo exprimir a minha paterna vizinhança ao povo ruandês, encorajando-o a prosseguir, com determinação e esperança, o processo de reconciliação que já manifestou os seus frutos e o compromisso de reconstrução humana e espiritual do país”, declarou, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
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