O Benfica perdeu por 1-0 na Grécia com o Olympiacos, em jogo da 4.ª jornada do Grupo C da Liga dos Campeões. O único tento da partida foi apontado por Manolas aos 13 minutos. Os encarnados fizeram a melhor exibição da época mas encontraram em Roberto, ex-Benfica um obstáculo intransponível. O guardião espanhol fez defesas impossíveis e complicou as contas do Benfica na Champions.
No jogo 13 em solo helénico, o Benfica voltou a não ser feliz, averbando a sexta derrota, depois de cinco vitórias e dois empates.
Sem Siqueira, que não recuperou de uma lesão, Jesus deu a titularidade a Sílvio na lateral esquerda, entrando Maxi para o lado contrário. Ruben Amorim fez com Matic um tridente no meio-campo, que tinha ainda Enzo Perez e Matic. Markovic e Gaitan eram os homens das alas, na ajuda a Carodozo.
O Benfica entrou personalizado no "infernal" Stadio Georgios Karaiskáki, lotado no apoio ao campeão grego. Os encarnados criaram duas grandes situações de golo, aos cinco e sete minutos, por Cardozo e Markovic respetivamente mas Roberto mostrou que a noite ia ser dele, com duas defesas espetaculares.
Depois de Mitroglu ter dado o aviso, o Olympiacos chegou ao golo aos 13 minutos por Manolas, que saltou sozinho na área e desviou de cabeça um canto de Holebas. Foi o golo 400 sofrido pelo Benfica em competições da UEFA.
Se Roberto, com defesas quase impossíveis, ia negando o golo ao Benfica, na frente de ataque dos gregos estava também um ex-Benfica a "dar cabo" dos antigos colegas. O avançado argentino recuava no terreno, até perto da sua área para vir buscar jogo e iniciar o contra-ataque da formação orientada pelo espanhol Michel.
Mas o Benfica não desistiu e continuou à procura do empate. A equipa jogava bem, Sílvio e Gaitan davam profundidade na ala esquerda, Markovic deambulava pelo meio e com movimentos de rutura, tentava criar pânico na defesa helénica. Numa dessas diagonais, ficou frente a Roberto mas a péssima receção de bola deitou tudo a perder.
A formação de Jorge Jesus poderia ter empatado antes do intervalo mas Matic resolveu dar de calcanhar quando estava sozinho na pequena área, com tempo para receber e atirar para a baliza.
Michel sentia o Benfica a crescer e, logo após o intervalo, fez entrar Álvaro Dominguez, autor do golo na Luz, para o lugar do esforçado e já estoirado Saviola.
E razões tinha o treinador da formação grega para estar preocupado. Logo no primeiro minuto, Markovic aproveitou um péssimo corte de um defesa contrário para atirar forte mas Roberto, com os pés, voltou a fazer uma defesa quase impossível.
Este lance galvanizou ainda mais o Benfica e desorganizou o Olympiacos que passou a ter muitas dificuldades para travar os jogadores encarnados. O técnico dos campeões gregos percebeu isso e colocou o trinco Ndinga em campo, retirando um dos homens das alas. Jesus respondeu com as entradas de Lima, Djuricic e Ivan Cavaleiro, nos lugares de Cardozo (lesionado), Markovic e Rúben Amorim.
Com a "carne toda no assador", Jesus continuava sem perceber como poderia Roberto defender tanto. O guarda-redes espanhol, que tantas dores de cabeça deu ao treinador português aquando da sua passagem pela Luz, "crescia" perante os avançados do Benfica, com defesas espetaculares. Foi assim aos 54 a remate de Sílvio, voltou a mostrar reflexos num remate forte de Enzo Perez que ia entrando mesmo junto ao poste esquerdo e mais tarde, na melhor defesa da noite, numa "bomba" de "bico" de Djuricic que esbarrou na luva esquerda de Roberto, quando já todos esperavam golo.
O Olympicos praticamente desapareceu a nível ofensivo e passou os últimos minutos concentrando jogadores no seu meio-campo, defendendo o resultado com unhas e dentes.
E para não deixar dúvidas sobre quem seria o homem do jogo, Roberto voltou a evidenciar-se aos 87 minutos, numa defesa com os pés à queima-roupa, após remate de Djuricic. Nos descontos o Olympiacos poderia ter chegado ao segundo golo, numa cavalgada impressionante de Salino desde a sua área mas perdeu forças e não conseguiu o remate já na área do Benfica.
O Benfica somou a segunda derrota em quatro jogos na fase de grupos da Liga dos Campeões e caiu para terceiro no grupo C, agora com menos três pontos que o Olympiacos, que está em vantagem nos pontos e no confronto direto com os encarnados. A formação de Jorge Jesus precisa de vencer os próximos dois encontros e esperar por uma escorregadela dos gregos frente ao PSG.